Sunday, December 31, 2006
Thursday, December 28, 2006
lírios (ao vento)
(C) TCA
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Estava sentada na cozinha, segurando uma grande chávena de café bem quente. Na mesa, biscoitos um bocadinho duros e um bolo de chocolate fresco. Não era dia de comer maçãs e saltar refeições sem reparar que estava cheia de fome, como tantas vezes fazia. As gatas corriam em volta, engalfinhadas por causa do rato falso de brincar. Tudo era tão doméstico e ao mesmo tempo, sentia que a diferença dali para uma gruta isolada num penhasco não seria assim tão imensa. Isso dava-lhe prazer.
Lá fora o vento uivava e não andava ninguém. O dia cinzento convidava aos interiores. Ela queria sair. Nada melhor do que sentir os cabelos a redemoinhar nos ombros, como se quisessem soltar-se. Às vezes, em dias assim, apetecia-lhe cortá-los ao vento, mas o resultado final não lhe seria indiferentente. Não desejava ficar sem os seus cabelos compridos e não sabia aonde o vento os levaria.
Acabada a refeição matinal, tardia, pegou na tesoura e saiu. Fechou a porta e parou uns instantes na soleira, sentindo o ar fresco a gelar-lhe o rosto e as mãos. Olhou para o lado do mar, que não se via dali, mas ouvia-se. Devia estar magnífico. A maresia trazida pelo vento entrava-lhe nas narinas e deixava-a com o nariz vermelho e húmido, obrigava-a a fungar, como quem tivesse chorado um bocadinho. Respirou fundo e começou a andar decididamente sobre o relvado, até às traseiras rochosas do jardim, ao encontro das suas preciosidades. Lá estavam elas, lindas, livres, puras como nenhumas outras. Sorriu-lhes. Porque nasceriam lírios vermelhos nos rochedos do seu jardim?
...
Estava gelado. Assim que entrou em casa sentiu o cheiro do almoço, que fumegava nas panelas. Era bom voltar ao calor do lar.
Onde estaria ela? Chamou-a. Quase logo uns passos apressados responderam ao seu apelo e o corpo conhecido esmagou-se contra o seu, num abraço que parecia ser, também, um esconderijo. Ela não era de se esconder, mas estava a fazê-lo, e havia ainda a estranheza do formato indisciplinado da cabeça, que lhe pousava no ombro enquanto ela ria e lhe dava beijos pequeninos no pescoço, como se pedisse alguma coisa.
- Oh... que aconteceu ao teu cabelo?
- Tinha de escolher. Ou cortava os lírios para o enfeitar ou o deixava junto deles.
Ele entendeu. E o almoço estava uma delícia.
© Fata Morgana
Thursday, December 21, 2006
clamores plangentes
(C) TCA
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(...)
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
(...)
Dia de Natal, António Gedeão
Wednesday, December 20, 2006
the way you look
(C) TCA
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It's late in the evening; she's wondering what clothes to wear.
She puts on her make-up and brushes her long blonde hair.
And then she asks me, "Do I look all right?"
And I say, "Yes, you look wonderful tonight."
We go to a party and everyone turns to see
This beautiful lady that's walking around with me.
And then she asks me, "Do you feel all right?"
And I say, "Yes, I feel wonderful tonight."
I feel wonderful because I see
The love light in your eyes.
And the wonder of it all
Is that you just don't realize how much I love you.
It's time to go home now and I've got an aching head,
So I give her the car keys and she helps me to bed.
And then I tell her, as I turn out the light,
I say, "My darling, you were wonderful tonight.
Oh my darling, you were wonderful tonight."
Wonderful Tonight, Eric Clapton
Sunday, December 17, 2006
Wednesday, December 13, 2006
Monday, December 11, 2006
et maintenant
(C) TCA
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Talk to me softly
There is something in your eyes
Don't hang your head in sorrow
And please don't cry
I know how you feel inside I've
I've been there before
Somethin is changin' inside you
And don't you know
Don't you cry tonight
I still love you baby
Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry tonight
Give me a whisper
And give me a sign
Give me a kiss before you
tell me goodbye
Don't you take it so hard now
And please don't take it so bad
I'll still be thinkin' of you
And the times we had...baby
And don't you cry tonight
Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry tonight
And please remember that I never lied
And please remember
how I felt inside now honey
You gotta make it your own way
But you'll be alright now sugar
You'll feel better tomorrow
Come the morning light now baby
And don't you cry tonight
And don't you cry tonight
And don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry
Don't you ever cry
Don't you cry tonight
Baby maybe someday
Don't you cry
Don't you ever cry
Don't you cry
Tonight
Don't Cry, Guns N' Roses
Tuesday, December 05, 2006
bang bang
(C) TCA
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I was five and he was six
we rode on horses made of sticks
he wore black and i wore white
he would always win the fight
bang, bang
he shot me down
bang, bang
i hit the ground
bang, bang
that awful sound, bang bang, my baby shot me down.
seasons came and changed the time, when i grew up i called him mine
he would always laugh and say remember when
we used to play bang bang i shot you down bang
bang you hit the ground bang bang that awful sound
bang bang i used to shoot you down
music played and people sang
just for me the church bells rang
now he's gone i don't know why
and to this day sometimes i cry
he didn't even say goodbye he didn't take the time to lie
bang, bang
he shot me down, bang bang
i hit the ground
bang, bang that awful sound, bang bang
my baby shot me down.
Bang Bang (My Baby Shot Me Down), Sonny Bono
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