Sunday, August 27, 2006

índia


(C) TCA

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Índia seus cabelos nos ombros caídos
Negros como a noite que não tem luar
Seus lábios de rosas para mim sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar

Índia da pele morena
Sua boca pequena
Eu quero beijar

Índia sangue tupi
Tens o cheiro da flor
Vem que eu quero lhe dar
Todo o meu grande amor

Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de lhe dizer adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos seus

Índia levarei saudade
Da felicidade que você me deu

Índia a sua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Flor do meu paraguai

Índia. Letra e música: J.A. Flores; M.O. Guerreiro

Thursday, August 24, 2006

free ... or afraid


(C) TCA

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Não fossem as fugas
impulsionadas pelo medo
mais do que um nome
apimentando a boca, os dedos

o corpo abrasado pela liberdade,
- que nos faz inexatos -
romperia o vácuo profano
de constantes veleidades

a aridez do desejo pelo desejo,
layout enganoso
da tez não palmilhada,
em velada insensatez

se não fossem as fugas...
esta silenciosa sensualidade
não estaria erma de afagos.
16/06/06

Subterfúgio, Andréa Motta, Jardim de Poesia

Saturday, August 19, 2006

kingdoms


(C) TCA

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Se ao caminhar
noctívago e silencioso
me estenderes a mão e ela for um ninho
Confio-me a esse abrigo
despojada e calma
seja ele guarida ou carinho fugaz.
Se pela madrugada
partir nas asas lestas
assustada e forte
Será para fugir do perigo
de chegar o dia
em que eu deva migrar e não seja capaz.

© Fata Morgana

Sunday, August 13, 2006

à chuva


(C) TCA
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Reposteiros constipados bocejam flashes ocasionais de um relâmpago esquecido, reflectido nas janelas. As ruas estão desertas, molhadas. Lá em cima, a chuva inundou a lua de escuridão. Amanhã, dilúvio, crucificar-te-ão. Esta noite beijamos-te com rosas ao relento, no mergulho de todos, desta arca de ninguém, fugindo convictos ao salvador.

Kordny; à chuva, cartas ao abismo

Monday, August 07, 2006

a sul, azul





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Brilhantes bagas de farelo dourado
alumiam a desforra anunciada...
São horas de presentear com ferros ornamentados
os amantes
os puros
os aventureiros.
Talismãs de pedra e cobre
recolhem à base e permitem que se volte ao princípio dos tempos
dos verbos
dos frades
dos tigres amarelos.

Listas de velcro enciumadas
transmitem paz
serenas
deambulantes
peregrinas...

sem fundo
sem medo
sem nada.
cem truques.

cem truques, azul.