Monday, November 27, 2006

uncovering


(C) TCA

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Se eu pudesse um dia
destapar a minha cara
para que
visses o meu sorriso...
Se eu pudesse um dia
despir-me para ti
mostrar-te o meu corpo
para que
descobrisses os seus segredos...
Se eu pudesse um dia
estar nua nos teus braços
sentir o teu desejo
levar-te à loucura...
Se eu pudesse um dia...

se...; suave marezia; intimidades secretas

Tuesday, November 21, 2006

invasão


(C) TCA


(C) TCA
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Há tanto tempo espero por ti
na solidão do meu lugar
vem aquecer-me a cama
traz flores para o jantar

Sempre habitaste o meu coração
és a razão do meu fervor
mas não te vejo a cara
não sinto o teu calor

Podes contar ao mundo
como eu te procurei
quando me for embora
diz que te encontrei

Mesmo que tu não sejas real
ou sejas quem eu não previ
hei-de inventar-te sempre
hei-de esperar por ti

Podes contar ao mundo
como eu te procurei
quando me for embora
diz que te encontrei

quando eu me for embora
diz que te encontrei

Há tanto tempo (espero por ti), Jorge Palma

Friday, November 17, 2006

sin scene


(C) TCA

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Somos dois caminhos paralelos
Vamos pela vida lado a lado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Nem sei qual é de nós mais desgraçado

Lado a lado meu amor mas tão longe
Como é grande a distância entre nós
O que foi que se passou entre nós dois que nos separou
Porque foi que os meus ideais morreram assim dentro de mim

Ombro a ombro tanta vez mas tão longe
Indiferença entre nós quem diria
Custa a crer que tanto amor tão profundo amor tenha acabado
E nós ambos sem amor lado a lado

Fomos no passado um só destino
Somos um amor desencontrado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Não sei qual é de nós mais desgraçado

Lado a Lado, Jerónimo Bragança

Monday, November 13, 2006

angelito negro


(C) TCA
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Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Se até da gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti

Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

Menino do Bairro Negro, José Afonso

Tuesday, November 07, 2006

nude awakening

quando acordo nua, só o meu corpo se levanta. risca-me assim?


(C) TCA

Thursday, November 02, 2006

viva a vida


(C) TCA
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Viva a vida disse a vida
e nunca mais se morreu
Deus em si nos retomando
o tempo eterno nos deu

nunca mais fomos poetas
que era coisa de sofrer
agora somos poemas
Como Ele é de sempre ser

nunca mais fomos crianças
distantes de ter crescido
com saudades de um passado
para nós sempre vivido

nem do futuro ansiosos
pois o temos no passado
nem de espaços repartidos
se faz o mundo sonhado

se sonhamos ou vivemos
é pergunta que sumiu
a ser viemos de estar
o presente ninguém viu

só porque ousamos querer
esse querer não querendo
e fomos fazendo o feito
esse fazer não fazendo.

Viva a vida, Agostinho da Silva
também para ouvir: Claud