Tuesday, July 18, 2006
todas as mulheres
(C) TCA
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No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto, dai-me a iluminação das odes, dai-me o [cântico dos cânticos
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir, quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!
Poemas para todas as mulheres, Vinicius de Moraes
Tuesday, July 04, 2006
last kiss
(C) TCA
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Pressa.
A fome de te ter.
As roupas espalhadas.
Os beijos molhados.
Fogo.
As mãos que não param.
A pele que queima.
De tanto querer.
Beijas-me.
Dispo-te.
Molho-te, húmida.
Febre de tocar-te.
Entrares em mim.
Gritos.
Gemidos.
Cravo-te as unhas.
Colo-me a ti.
Abafo um gemido.
Escondo o prazer.
Reviro os olhos.
Penetras-me.
Lentamente.
Enlouqueço.
Alimenta-me.
alimenta-me, maluca responsável
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